"Confundíamos o que é o cinema, os filmes e a vida dele"
Assume este seu documentário como filme-homenagem?
Sim, o filme está do lado da homenagem. Obviamente que, para mim, o João Bénard é uma referência. Isso é assumido.
Por outro lado, é também um filme de quem trabalha na pesquisa da memória do cinema. O Manuel Mozos filma-se a si próprio a ver os clássicos de João Bénard da Costa.
Sim, de facto sempre me interessei por esse lado da investigação, da descoberta de coisas que são ditas perdidas ou desaparecidas. Desde o momento em que entrei para trabalhar na Cinemateca comecei a pôr em prática essa minha atração. Já alguns documentários que fiz anteriormente servem essa construção. O meu trabalho no ANIM [Arquivo Nacional Imagem Movimento] é um trabalho que me agrada muito.
E contamina o seu cinema, mesmo quando faz ficção.
Sim, sim!
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Quem vir este filme vai ficar mais próximo da arte do amor ao cinema, não vai?
Isso agradar-me-á muito, sobretudo se as pessoas se entusiasmarem em ir ver esses e outros filmes. A maioria dos excertos dos filmes que utilizo são na mesa de montagem para se perceber a fisicalidade da película, os procedimentos das bobinas. Por outro lado, são filmes que eram importantes para o João. Filmes que também me tocam muito. E há uma certa intenção da minha parte em ir exaltar esse lado da partilha que o João tinha.